terça-feira, 7 de setembro de 2010

Padrões de necrose

A Necrose se refere ao espectro de alterações morfológicas que ocorrem após a morte celular em um tecido vivo resultante em grande parte, da ação progressiva de enzimas nas células que sofreram uma lesão letal. É o correspondente macroscópico e histológico da morte celular que ocorres devido a uma lesão exógena irreversível. As células necróticas são incapazes de manter a integridade das membranas e seu conteúdo geralmente extravasa. Isso pode causar inflamação no tecido adjacente.


A aparência morfológica de necrose resulta da desnaturação das proteínas intracelulares e da digestão enzimática da célula. As enzimas se originam ou dos lisossomos das próprias células mortas ( autólise) ou dos lisossomos dos leucócitos que migram para a região durante o processo

inflamatório.





Necrose por Coagulação:

Implica a preservação do contorno básico da célula por pelo menos alguns dias. A lesão ou o aumento subseqüente da acidose intracelular desnatura não somente as proteínas estruturais, mas também as enzimas, bloqueando, assim, a proteólise celular.





Necrose por Liquefação:

Digere completamente as células mortas. O resultado final é a transformação do tecido em uma massa viscosa. É característica de infecções bacterianas focais ou, ocasionalmente, fúngicas, pois os organismos estimulam o acúmulo de células inflamatórias.





Necrose Gangrenosa:

Quando há uma infecção bacteriana, a necrose de coagulação é modificada pela ação de liquefação das bactérias e dos leucócitos que são atraídos para a região que perdeu seu suprimento sanguíneo e, por essa razão, desenvolveu necrose ( caracterizando a gangrena).





Necrose Caseosa:

Forma distinta de necrose de coagulação, é encontrada mais freqüentemente em focos de tuberculose. Ao exame microscópico, o foco necrótico se parece com fragmentos granulosos amorfos, aparentemente compostos de células coaguladas fragmentadas, e fragmentos granulares amorfos cercados por uma borda inflamatória distinta chamada de Reação Granulomatosa. Ao contrário da necrose de coagulação, a arquitetura tecidual está completamente destruída.





Necrose Gordurosa:

Histologicamente, a necrose se apresenta como focos de adipócitos necrosados de contornos sombreados, com depósitos basofílicos de cálcio, cercados por uma reação inflamatória.

Apoptose (morte celular)

A morte celular programada




Os modernos conhecimentos da biologia celular tem revelado a cada dia que a morte celular programada e seus indutores e inibidores podem ser a chave para a compreensão de muitas patologias e doenças.

Quem primeiro descreveu a morte celular programada foi Kerr em 1972, a partir de observações em timócitos.



A apoptose é um tipo de morte celular que possui importante papel durante o processo de diferenciação, crescimento e desenvolvimento dos tecidos adultos normais e patológicos. Isto de certa forma requer uma cascata de fenômenos bioquímicos e moleculares que acabam por proporcionar um fenótipo celular bastante peculiar.



Fisiologicamente a apoptose é um dos participantes ativos da homeostase no controle do equilíbrio entre a taxa de proliferação e degeneração com morte das células, ajudando na manutenção do tamanho dos tecidos e órgãos. A perda deste equilíbrio promove o aparecimento de lesões proliferativas e degenerativas como:



infarto do miocárdio,



doença de Alzheimer,



etc.



Existem muitos fatores que podem induzir o processo apoptótico, como:



fatores de crescimento,



neurotransmissores,
glicocorticóides,

cálcio,
toxinas bacterianas,
radicais livres,
agentes oxidantes,


agentes mutagênicos,


e outros.


Dos agentes que inibem a apoptose, destacam-se:


os hormônios esteróides e androgênicos,


o ion zinco,

fatores da matriz celular
e aminoácidos.
Mecanismos fundamentais da lesão celular






Embora nós vivamos em um ambiente sujeito a amplas variações nas suas condições, com extremos de temperatura, umidade do ar, pressão de O2, qualidade do ar, etc., o ambiente interno em que as células estão, sofre pequenas alterações. Isto porque somos dotados de mecanismos de proteção e regulação que por exemplo aquecem o ar frio que inalamos, umedece o ar seco e mantém o fluxo sangüíneo dentro de limites ideais.


Pequenas variações, como por exemplo pequenas oscilações da oferta de glicose são toleradas sem prejuízo para as células, que permanecem integras funcional e morfologicamente (homeostase).


Em algumas situações, como uma demanda por maior trabalho das fibras musculares, pode ocorrer adaptação celular, neste caso hipertrofia. Estas adaptações podem ocorrer em situações normais como a gravidez (hiperplasia dos ácinos mamários), menopausa (atrofia do endométrio) ou situações anormais, como ocorre na hipertensão arterial, por causa do aumento da resistência vascular periférica e que produz hipertrofia cardíaca. Caso este estímulo nocivo seja mais intenso ou mais prolongado, a capacidade adaptativa da célula é excedida e ocorre lesão celular.






Esta lesão celular pode ser reversível ou irreversível.






A lesão celular reversível ocorre quando a célula agredida pelo estímulo nocivo sofre alterações funcionais e morfológicas, porém mantém-se viva, recuperando-se quando o estímulo nocivo é retirado ou cessa.






A lesão celular é irreversível quando a célula torna-se incapaz de recuperar-se depois de cessada a agressão, caminhando para a morte celular.










Causas de lesão celular


1) Privação de oxigênio (hipóxia ou anóxia) - asfixia, altitudes extremas


2) Isquemia - obstrução arterial.


3) Agentes físicos - trauma mecânico, queimaduras, radiação solar, choque elétrico.


4) Agentes químicos - álcool, medicamentos, poluentes ambientais, venenos, drogas ilícitas.


5) Agentes infecciosos - vírus, bactérias, fungos.


6) Reações imunológicas - doenças auto-imunes, reação anafilática.


7) Defeitos genéticos - anemia falciforme.


8) Alterações nutricionais - obesidade, mal-nutrição.






Mecanismos de lesão celular


Princípios:


1) A resposta celular depende do tipo da agressão, sua duração e sua intensidade


2) As conseqüências da agressão à célula dependem do tipo celular, estado e adaptabilidade da célula agredida.


3) As lesões celulares causam alterações bioquímicas e funcionais em um ou mais componentes celulares.


a) respiração aeróbia


b) membranas celulares


c) síntese protéica


d) citoesqueleto


e) aparato genético da célula






Mecanismos


1 - Depleção do ATP


2 - Lesão mitocondrial


3 - Influxo de cálcio para o citosol e perda da homeostase do cálcio


4 - Acúmulo de radicais livres do oxigênio


5 - Defeitos na permeabilidade das membranas

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mecanismos fundamentais da lesão celular







Embora nós vivamos em um ambiente sujeito a amplas variações nas suas condições, com extremos de temperatura, umidade do ar, pressão de O2, qualidade do ar, etc., o ambiente interno em que as células estão, sofre pequenas alterações. Isto porque somos dotados de mecanismos de proteção e regulação que por exemplo aquecem o ar frio que inalamos, umedece o ar seco e mantém o fluxo sangüíneo dentro de limites ideais.


Pequenas variações, como por exemplo pequenas oscilações da oferta de glicose são toleradas sem prejuízo para as células, que permanecem integras funcional e morfologicamente (homeostase).


Em algumas situações, como uma demanda por maior trabalho das fibras musculares, pode ocorrer adaptação celular, neste caso hipertrofia. Estas adaptações podem ocorrer em situações normais como a gravidez (hiperplasia dos ácinos mamários), menopausa (atrofia do endométrio) ou situações anormais, como ocorre na hipertensão arterial, por causa do aumento da resistência vascular periférica e que produz hipertrofia cardíaca. Caso este estímulo nocivo seja mais intenso ou mais prolongado, a capacidade adaptativa da célula é excedida e ocorre lesão celular.






Esta lesão celular pode ser reversível ou irreversível.






A lesão celular reversível ocorre quando a célula agredida pelo estímulo nocivo sofre alterações funcionais e morfológicas, porém mantém-se viva, recuperando-se quando o estímulo nocivo é retirado ou cessa.






A lesão celular é irreversível quando a célula torna-se incapaz de recuperar-se depois de cessada a agressão, caminhando para a morte celular.